CBF recebe cerca de R$ 3 milhões a mais com jogo em Belém do que em um amistoso gerido por ex-empresa parceira

Pitch cuidou dos amistosos da Seleção por 10 anos e pagava à CBF cerca de R$ 7,7 milhões, quantia inferior aos ganhos da entidade no jogo entre Brasil e Bolívia na capital paraense
Um dos pontos que foi bastante tocado na vinda da seleção brasileira para Belém foi a reaproximação dos torcedores com a amarelinha. A última vez que a Seleção havia atuado no Brasil tinha sido na vitória por 4 a 0 contra o Chile, no dia 1º de fevereiro de 2022, no Maracanã, ainda pelas Eliminatórias da Copa do Mundo daquele ano.
De lá para cá, a seleção brasileira disputou a Copa do Mundo no Catar e alguns amistosos fora do Brasil. Os amistosos eram geridos pela Pitch, que operou o Brazil Global Tour nos últimos dez anos. A empresa pagava US$ 1,5 milhão por partida à CBF – cerca de R$ 7,7 milhões pela cotação na época .
No confronto entre Brasil e Bolívia, na última sexta-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, o Estádio Mangueirão (Belém, PA) recebeu um público de 48.183 pessoas e a CBF teve como lucro exato de R$10.887.550,00. Comparado com o valor que a entidade recebia da Pitch na época, a entidade recebeu cerca de R$ 3 milhões a mais.
A CBF experimenta outro modelo de negociação de amistosos na gestão do presidente Ednaldo Rodrigues. O acordo anterior com a Pitch terminou depois de 10 anos de maneira pouco amistosa – o amistoso às vésperas da Copa com a Argentina, na Austrália, foi cancelado em cima do compromisso e deixou a CBF a ver navios.
A queixa da CBF, compartilhada pela antiga comissão técnica de Tite, tinha a ver com dificuldade em encontrar espaço no calendário dos europeus. No novo ciclo, a expectativa é de que esses encontros sejam mais comuns, a despeito da dificuldade de datas entre eliminatórias e campeonatos continentais.
A CBF ainda estuda o tema de comercialização de amistosos, mas não tem a intenção de fechar contratos longos como o anterior da Pitch. Ednaldo costuma dizer que assina acordos com duração máxima ao prazo final de seu atual mandato na CBF (2026).