Desmatamento, mas não definiram meta única. Cada país deve perseguir seus próprios objetivos

 Desmatamento, mas não definiram meta única. Cada país deve perseguir seus próprios objetivos

No Brasil, meta é zerar desmate até 2030.

Os oito países amazônicos assinaram nesta terça-feira (8) a Declaração de Belém, um documento que balizará a primeira agenda conjunta para a região.
As primeiras reações ao texto ficaram divididas entre dois extremos:
por um lado, o documento recebeu elogios por tocar nos temas fundamentais para a preservação do bioma e por sinalizar, pela 1ª vez, a elaboração de uma agenda conjunta entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela;
mas foi criticado por falta de metas comuns, pela falta de definição de recursos e de mais medidas concretas contra a degradação da floresta.

Entre outros pontos, (veja abaixo os destaques do texto final da Cúpula), os países concordaram em criar uma Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, mas não definiram metas em comum.

Para perseguir o objetivo, devem cumprir os esforços dentro dos compromissos nacionais já assumidos: no caso do Brasil, a meta é alcançar o desmatamento zero em 2030.
Por outro lado, os países concordaram em cobrar que os países desenvolvidos cumpram seus compromissos de fornecer recursos financeiros para que os países em desenvolvimento enfrentem os efeitos da mudança climática provocada pela emissão de CO2 e pelos gases de efeito estufa.
O grupo dos oito países amazônicos citou a meta de mobilizar US$ 100 bilhões (valor que não foi repassado) e cobrou a criação de novas metas de contribuições.
O texto não trouxe um veto à exploração de petróleo na Amazônia, tema que foi um dos pontos de embate na Cúpula. O tema teve espaço tímido na Declaração de Belém. O texto final fala em “iniciar um diálogo” sobre a sustentabilidade de setores “como mineração e hidrocarbonetos”.
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‘Texto denso’ x ‘lista de promessas’

Para o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, a declaração é “um texto denso, importante”.
“São tratadas questões de grande interesse para a região Amazônia em matéria de saúde, educação, policiamento, ação conjunta contra tráfico de madeiras ou minerais, ciência e tecnologia, enfim, todas as áreas estão contempladas”, disse Vieira.

Já para Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, trata-se de um acordo “bastante inicial” e o documento final é uma “lista de promessas”.

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